12 de setembro de 2009

1º Astronauta Brasileiro no Espaço

Microgravidade! O fascinante mundo gravitacional também ao alcance brasileiro. Nosso verde-amarelo, se depara agora com o grande desafio de morar e trabalhar no espaço. Representado por um de nossos homens na ISS, Estação Espacial Internacional, aproximando cada vez mais o sonho da realidade.

O astronauta Marcos César Pontes, Tenente-Coronel Aviador, nascido em 11 de março de 1963, Bauru – SP , casado e dois filhos, vivendo atualmente com a família em Houston (Texas, sul dos EUA) com quase duas mil horas de vôo, e experiência com mais de 25 tipos de aeronave, está sendo o Primeiro Brasileiro a Viajar ao Espaço. Partiu nesta quarta-feira (29/03/06) em direção à ISS com a intenção de mostrar ao mundo que nosso país é mais que futebol e carnaval.

Mestre em engenharia de sistemas, graduado pela Naval Postgraduate School (Monterey, Califórnia). Ingressou na Academia da Força Aérea em 1981, permanecendo nos esquadrões de caça da Academia de Força Aérea Brasileira (AFA) até 1988. É engenheiro aeronáutico, formado pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Atuou como piloto de provas e oficial de segurança de vôo, pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), do Comando da Aeronáutica, no período de 1994 a 1996.


Religioso, fã de música new age, pintor, poeta e desenhista, Pontes levou para a ISS, em sua bagagem pessoal, uma imagem de Jesus Cristo, dois CD's, e blocos de desenho.

Objetivo da missão: Atribui a sua missão de dez dias, o objetivo de abrir caminho para que o Brasil tenha um destaque maior entre os 16 países envolvidos na ISS. Marcos Pontes, a bordo da nave russa Soyuz com a bandeira do Brasil estampada, leva experimentos científicos brasileiros para execução de testes em ambientes sem gravidade. A missão da qual o astronauta participará é denominada "Missão Centenário", em referência ao centenário do vôo do 14 Bis, avião de Santos Dumont, acontecimento histórico em 23 de outubro de 1906 em Paris.

A sonda saiu do Centro de Lançamento de Baikonur, no Cazaquistão. Além do brasileiro, os astronautas Pavel Vinogradov (Rússia) e Jeffrey Williams (EUA) também fazem parte da missão.

Segundo a Agência Espacial Brasileira (AEB), entre os experimentos de engenharia, microeletrônica, saúde e biotecnologia previstas para serem feitos no ambiente da microgravidade, seis são de instituições de pesquisa brasileiras e dois de escolas do ensino médio.

Seleção: Em dezembro de 1989 foi aprovado nos exames de seleção do ITA e transferido para o Centro Técnico Aeroespacial - CTA. O curso de engenharia no ITA é reconhecidamente um dos melhores do País (e também um dos mais exigentes).


Em julho de 1998, entre 15 candidatos, Marcos Pontes foi selecionado pela AEB, para participar do treinamento para astronauta da Nasa, realizado no Johnson Space Center (Houston/Texas). O curso teve início no mês de agosto e Pontes integra a classe XVII, com 32 candidatos, dos quais seis estrangeiros, um do Brasil, dois da Itália, um da Alemanha, um da França e um do Canadá. Concluir o treinamento com sucesso garante o título de astronauta e a integração à equipe de tripulantes da Nasa.

No último ano do curso de engenharia, realizou provas de seleção para o curso de ensaios em vôo da Divisão de Ensaios em Vôo - AEV do Instituto de Aeronáutica e Espaço - IAE/CTA. O curso teve duração de um ano. “Foi o casamento perfeito entre a teoria de engenharia aeronáutica e a prática de vôo. Embora não seja muito divulgado, é importante ressaltar que existem apenas cinco escolas de nível em ensaios em vôo no mundo. Uma delas é exatamente aqui no nosso Brasil! Isso sempre foi uma razão de orgulho para mim. Tive oportunidade de voar vários tipos de aeronaves como os caças F-15 Eagle, F-16 Falcon, F-18 Hornet e o MIG-29 Fulcrum”, conta Pontes.

Algumas etapas do treinamento:
A vida no interior de uma espaçonave apresenta uma série de peculiaridades, já que, na condição de microgravidade (erroneamente chamada de gravidade zero), não há "em cima" e "em baixo". Antes de estar capacitado a participar de uma missão espacial, além de testes em câmara de baixa pressão, teste de exposição em CO2 e treinamento de ejeção simulada, os candidatos à astronauta passam por atividades como:

Vôos na aeronave T-38 Talon, similar aos jatos F-5B da FAB, é utilizada para manutenção operacional dos astronautas em aeronaves de alta performance, incluindo atividades de ejeção durante os vôos.

Treinamento de sobrevivência em terra e na água, estar preparado para enfrentar diversas condições é necessário em função da eventualidade de abandono do ônibus espacial durante a ascensão ou após a reentrada. Este tipo de treinamento é realizado, ainda em clima frio (neve) e confinamento (submarino).

Aulas e simuladores sobre sistemas do ônibus espacial e da ISS, considerando que o astronauta é, antes de tudo, um tripulante, é muito importante o conhecimento completo de todos os sistemas e técnicas de operação.

Ciências relacionadas à atividade espacial e cargas úteis, como parte do treinamento, os astronautas recebem instruções, a nível operacional, em diversas áreas como astronomia, geologia, aerodinâmica, mecânica orbital, mecânica de vôo, biologia, ecologia, meteorologia, atendimento médico de emergência, microgravidade, sensoriamento remoto, etc. Esta etapa está relacionada às atividades científicas, ou seja, os experimentos conduzidos no espaço pelos astronautas, o que envolve uma diversidade de campos que o astronauta pode ser submetido.

Com o objetivo de familiarização ao ambiente de microgravidade, os candidatos à astronauta foram submetidos a vôos parabólicos, com duas horas de duração, na aeronave KC-135, simulador "zero-G". Em função das variações de aceleração é comum que os participantes apresentem problemas de desorientação e, em conseqüência, sensações de mal-estar.

O sonho de Marcos Pontes: O sonho de voar despertou ainda menino, ao assistir a uma exibição da esquadrilha da fumaça no aeroclube da cidade onde nasceu, Bauru (a 325 km de São Paulo, sudeste), e durante as visitas à AFA, em Pirassununga (a 232 km da capital paulista), onde o tio trabalhava na manutenção de aeronaves.

"Desde pequeno o Marcos mostrava interesse pela aviação, tanto que aos cinco anos ele desenhava aviões, helicópteros, com uma perfeição impressionante para a idade", disse Rosa Pontes, irmã que acompanha de Bauru a trajetória do irmão astronauta.

Rumo a realidade: Aos 21 anos, quando Pontes tirou o brevê de piloto da Força Aérea Brasileira, seguindo-se o treinamento de piloto de caça no Centro de Aplicações Táticas e Recompletamento de Equipamentos (Catre), em Natal - RN, e a formação de engenheiro aeronáutico no ITA, em São José dos Campos, concluída em 1993.

Cursou o mestrado em engenharia de sistemas na Naval Postgraduate School (NPS), em Monterey Califórnia (EUA), para onde se mudou com mulher e filhos depois de indicado pelo Estado Maior da Aeronáutica.

No mesmo ano, com patente de Capitão Aviador, foi selecionado pelo Brasil para receber treinamento completo de astronauta na Nasa com vistas a realizar vôos orbitais rumo à ISS.

Após dois anos de preparação no Centro Espacial Johnson ( JSC), em Houston, o então Major, concluiu a fase básica de treinamento, sendo declarado astronauta pela Nasa em dezembro de 2000.

Apesar de ter se preparado durante mais de sete anos para voar ao espaço a bordo de um ônibus espacial, o Tenente-Coronel Marcos Pontes está desde outubro de 2005 no centro de treinamento para astronautas Yuri Gagarin, na Cidade das Estrelas, arredores de Moscou, para se adaptar aos sistemas da nave russa Soyuz.

Do centro de treinamento, escreveu uma carta, publicada recentemente em seu site, em que faz uma convocação patriótica aos brasileiros no dia de sua viagem ao espaço, "espero que nesse dia, 30 de março, cada brasileiro lembre de colocar na varanda uma bandeira do Brasil. Não importa o tamanho. Importam as cores. Importa o sentimento. O significado e o orgulho de 'ser brasileiro'".

A imagem do homem chegando à Lua com certeza passou a ocupar a mente de muitas pessoas. Tornar real este sonho, principalmente para os brasileiros, era considerado algo impossível, hoje, não é mais!

Fonte: RankBrasil

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